Sempre falo que é preciso caminhar pela cidade, caminhar a pé mesmo, andar um pouco de bike numa velocidade confortável, num passeio tranquilo, para que a gente possa conhecer melhor como estamos, como está nossa cidade e nosso povo, algo que vai além de uma visão superficial, a visão das mídias, seja ela televisão ou rádio, ou até mesmo das mídias sociais, essa visão pode ser enganosa.
O diálogo do cotidiano com as pessoas que caminham pelas ruas ou que estão em frente de suas casas, na mercearia fazendo compras, na praça, nas esquinas, isso nos faz conhecer a nossa realidade.
O diálogo aproxima as pessoas, evita que sejamos enganados, de um tempo para cá, as pessoas se afastaram muito uma das outras devido ao contato intenso com o mundo virtual das mídias sociais, penso que é necessária a reaproximação, é necessária a prática do diálogo, em casa entre os membros da família, com o vizinho do lado, com as pessoas que caminham pelas ruas.
Ouvindo um programa de rádio pago pela prefeitura, com dinheiro público, não consegui encontrar a cidade linda e maravilhosa que os políticos/locutores falam com tanta competência, amor e carinho, eles descrevem uma cidade onde os poucos problemas que existem, já estão sendo solucionados. Esse homens públicos, observo, são pessoas que vivem cercadas pelas regalias que o poder público lhes proporciona, homens públicos que têm funcionários em abundância para lhes servir comida e luxo, políticos que são paparicados pelos puxa-sacos e girassóis do poder. Incrível como não conseguem ver a realidade de nossa cidade.
Penso que é até muito bom falar de uma cidade onde todos os problemas que existiam foram solucionados, mas sejamos realistas, a Parintins que vivemos não é a Parintins que eles estão falando no programa de rádio e nas mídias sociais.
No sábado à noite caminhando pelo bairro de Palmares, onde eu moro, pude perceber uma verdadeira caravana de adolescentes, andando feito zumbis, extasiados, fora de sí, mas sem fazer mal a ninguém, esses adolescentes atingidos pelo descaso, ganância e incompetência dos gestores municipais, vivem quase que 24horas sob o efeito de drogas extremamente nocivas a saúde e a sociedade. Tomaram outro rumo na vida, porque aqui na cidade dos sonhos dos políticos viciados pelo poder, não há espaço para eles, não existem investimentos, as únicas coisas que lhes oferecem são festas, onde iniciam suas caminhadas por um beco sem saída…
Falta para eles o diálogo, o olhar responsável, o espaço de lazer adequado, falta-lhes a preocupação de homens públicos que saibam o valor de uma vida longe das fantasias e enganações. Lamentavelmente, o que temos em Parintins hoje, são políticos que só objetivam as próximas eleições ou a promoção pessoal.
