Parece que tudo está se acabando pouco a pouco. O leilão do galpão da cidade Garantido, é mais grave e vai mais além do que possamos imaginar, pois evidencia o enfraquecimento de nossa festa, consequentemente nossa cultura, e o empobrecimento de nossa história.
Lamentavelmente vivemos a era do improviso, do superficial, do passageiro, a nossa festa encerra-se após o terceiro dia de festival e as obras de arte gigantescas, que são resultado do talento e trabalho dos nossos artistas, são largadas ao abandono, e em pouco tempo, apenas uma pequena parte é reaproveitada.
Acompanhando o processo eleitoral para escolha de presidente dos dois bois, o que a gente observa é que alguns candidatos que se elegem, conseguem a vitória comprando, literalmente, comprando o voto de sócios que dizem amar o boi e nossa festa. Que inversão de valores, que atitude mais danosa poderia existir, para uma Associação, quando o eleito é aquele que conseguiu comprar mais votos. Como na política eleitoral Partidária, alguns valorizam determinadas pessoas pelo que têm de dinheiro, (o que chamam de estrutura de campanha) e se aceita o fato de que a origem do dinheiro e de sua fortaleza é produto de roubo. Alguns fecham os olhos e se justificam com o “rouba mas faz”, é a verdadeira degradação de um povo, de uma sociedade, verdadeira inversão de valores. Você acredita que alguém que compra votos e gasta tanto dinheiro na eleição, quer de fato ajudar o povo?
Eis o motivo da falta de consistência em nossa história, em nossa cultura, precisamos perenizar aquilo que nos diferencia, que é o nosso talento, nossa arte e nossa cultura.
Autor: Juscelino Melo Manso