A possibilidade de propagação de alguma doença pelo ar proveniente da lixeira pública de Parintins, caso contamine os servidores, professores e alunos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em Parintins, pode desencadear a disseminação de uma epidemia em toda a cidade. Essa é a constatação do diretor do Centro de Estudos Superiores de Parintins – Universidade do Estado do Amazonas (Cesp-Uea), Marceliano Oliveira.
A lixeira pública, atualmente considerada aterro controlado, causa transtornos para a população parintinense há mais de 20 anos. Os problemas já causados em anos anteriores foram pela interdição do aeroporto municipal devido à proximidade da lixeira, pela inalação de gás tóxico toda vez que a lixeira pega fogo e agora com a iminente veiculação de doenças pelo ar.
O problema da lixeira voltou à tona depois que o Ministério Público do Amazonas (MP-AM), comarca de Parintins, cobrou da Prefeitura Municipal a publicação do nome da empresa vencedora da licitação para instalação da usina pirolítica (pirolise) no aterro da cidade. O tema ganhou as páginas de sites e jornais da cidade.
De acordo com o diretor da UEA em Parintins, a instituição de ensino superior já se manifestou sobre o caso por meio de uma ação civil pública, levando em conta o risco à saúde e que a área onde está instalada a lixeira pertence à universidade e já causou muito incômodo para a população.
“Aqui dentro (UEA) passam duas mil pessoas ou mais por dia. Se cada uma dessas pessoas contrair alguma doença devido a essa lixeira, a UEA seria uma multiplicadora muito intensa dessas doenças. Se cada uma dessas pessoas levar doença contagiosa para dentro de suas famílias, você vai pegar duas mil pessoas multiplicar por cinco ou por sete, dependendo dos membros da família, então rapidamente pode propagar para quinze, vinte mil pessoas que já é o pé de uma grande epidemia”, alertou o professor Marceliano
O diretor afirmou ser inadmissível nos dias atuais a existência de uma lixeira pública muito próxima de áreas residenciais e também de grande concentração de pessoas, como é caso da UEA em Parintins.
“Não seria recomendado, em hipótese nenhuma, um núcleo de uma comunidade de duas mil pessoas ao lado de uma lixeira funcionando a todo vapor. Essa percepção de que a lixeira, através da UEA, pode ser o mecanismo de uma epidemia é uma coisa que ninguém se preocupa, mas a UEA corre o risco de ser uma multiplicadora de epidemia, fora quando a pessoa inala fumaça, gás tóxico, quando pega fogo na lixeira”, enfatizou.
Projeto de revitalização
O assunto já foi pauta de várias audiências públicas e debates dentro do Cesp-Uea. O diretor Marceliano destacou que caso a lixeira seja retirada do terreno da UEA a direção da unidade acadêmica tem um projeto de revitalização de toda área degradada, e que inclusive, já foi entregue na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Sedema).
“Apontamos algumas medidas que pudessem ajudar para reduzir o volume de resíduos depositados na lixeira, como o reaproveitamento de resíduos sólidos. Reaproveitamento das garrafas pets para produção de vassouras, coleta seletivo com a utilização de triciclos para recolher o lixo selecionado, reutilização do alumínio”, ressaltou.
O professor Marceliano disse que a preocupação latente da comunidade acadêmica é principalmente que várias vezes o lixo chegou a pegar fogo e em muitas dessas vezes os acadêmicos tiveram que se ausentar, sendo necessário suspender as aulas.
“Então, impacta muito o nosso dia a dia acadêmico por conta do risco de doença respiratória. A gente sabe que devido aos produtos químicos e tóxicos que são liberados quando tem a combustão, pode surgir sim doenças”, finalizou.
Fonte e Crédito para
Reporter Parintins